Blog Centro Universitário - Moura Lacerda



Família Galvão de Moura Lacerda

Muito se poderia escrever, inspirado na vida exemplar de Oscar de Moura Lacerda um ser humano íntegro, empreendedor e, sobretudo, idealista, cujo trabalho faz desdobrar horizontes amplos para a cultura e para o progresso nacional. Entretanto, preferimos apenas esboçar sobre sua obra, esta que se confunde com sua própria existência e que nos fala claro límpido e altissoante sobre o valor maior de nosso biografado.

Ao futuro pertence esta grandiosa realidade de hoje, reflexo do desenvolvimento seguro e firme que marca a nossa Pátria. Natural de Angatuba (SP), onde nasceu a 11 de Agosto de 1902, era filho de Raul Galvão de Moura Lacerda e Ana da Conceição Lacerda. Foi casado com Josefina de Souza Lacerda e são seus filhos: Ignez Galvão de Moura Lacerda, casada em 1º núpcias com Carlos Luiz de Oliveira e, em 2ª núpcias com Edson Verna; Ilka Galvão de Moura Lacerda, casda em 1ª núpcias co o tenente João Coyres Guião, em 2ª núpcias com Fábio dos Santos; Oscar Luiz Galvão de Moura Lacerda, casado com Maria José Fregonesi de Moura Lacerda. São seus netos: Luiz Fernando Lacerda de Oliveira, Ana Cristina Lacerda de Oliveira, Carlos Luiz de Oliveira Junior e Fabiana Cristina Lacerda Verna; Luiz Eduardo Lacerda dos Santos casado com Sandra Maria Sichieri Lacerda dos Santos, Ciliana Lacerda dos Santos e Denis Marcelo Lacerda dos Santos; Liz de Moura Lacerda, Christiane de Moura Lacerda, Helen de Moura Lacerda e Flávio de Moura Lacerda.

A família Galvão de Moura Lacerda remonta ao Capitão José Galvão de Moura Lacerda, moço fidalgo da Casa real, natural de Lisboa, que veio para o Brasil na primeira metade do século XVIII. Foi Capitão de Infataria da praça de santos, onde se casou com Maria Leme de Araújo, das ilustres fampilias paulistas Leme, Goes, Godoys e Pedroso de Barros, filha de Thimoteo Correa de Goes, Provedor e Contador-proprietário da Fazenda Real da Capitania de São Paulo.

A família Galvão é de antiga e reconhecida nobreza, estando os seus troncos ligados a muitas das grandes casas de Portugal. Um dos seus ramas mais ilustres, é o dos alcaides-mores do Torrão que vem de Ruy Galvão, secretário de estado do rei D. Affonso V, e dos quais procedia, por linha varonil, o Capitão José Galvão de Moura Lacerda. No século XIII, um mebro da família D. Paio Galvão, foi elevado a Cardeal pelo Papa Innocencio III. A família Galvão é de procedência inglesa, tirando suas origens da família Galvin, do Condado de Kent, passada a Portugal na pessoal do cavalheiro inglês da armada que ajudou os portugueses na tomada de Lisboa.

O avô paterno de nosso biografado foi Antonio Mariano Galvão de Moura Lacerda que, casado com Maria do Carmo de Camargo, foi um dos fundadores e implantadores do Partido Republicano Paulista. Constantemente ele transferia sua residência para cidades-centros de regiões, onde instalava postos de PRP, aproveitando para fundar colégios e participar da vida pública das comunidades. Como patriarca, era sempre acompanhado pelo filhos e netos.

Oscar de Moura lacerda, aos 4 anos de idade e até à morte de seu avô,  durante cerca de 9 anos viveu com ele e estudava no Colégio, assistindo a todoas as suas aulas, desde as do curso Primário até as de preparatório para vestibulares.

Tendo residido em Campinas desde os primeiros meses de vida, ali também teve seu primeiro emprego, que foi o de Telegrafista da Cia. Mogiana de estrada de Ferro. Trabalhou, ainda, no comércio e foi Telegrafista da Cia. Paulista de Estrada de Ferro, continuando a estudar. Fazia o curso secundário de manhã, no Liceu Culto a Ciência e, a noite, estudava Comércio no Colégio Dom Bosco, trabalhando durante o período diurno como Telegrafista na estação da Guanabara.

Na Cia. Paulista de Estradas de Ferro, cada remoção representava uma promoção, e assim, foi designado para a cidade de Ribeirão Bonito, onde apanhou a gripe espanhola de 1918. Logo que teve condições de viajar, voltou à casa de sua mãe, agora em Casa Branca, para onde o mano Clodomiro a levara, e os irmãos menores, devido ao falecimento de seu genitor.

Logo que se encontrou restabelecido, voltou para São Paulo, onde periodicamente passava com sua tia Brígida, casada com Sérgio de Almeida. E, ao procurar emprego, conseguiu o de Telegrafista na Estrada de Ferro Sorocabana, trabalhando em São Paulo, São Manoel, Piracicaba, Mayrink e Maylasky, de onde solicitou exoneração para atender a uma sugestão de seu irmão Clodomiro para que se reunissem em Ribeirão preto, a fim de educarem os quatro irmãos menores, ficando a seu cargo a Zenaide, que foi estudar Farmácia em Pindamonhagaba, e o José que passou a frequentar, com Noêmia e Jovira, o Ginásio do Estado Local.

O José seguiu os estudos até a formatura em Bacharel em Direito, pela Escola do Largo de São Francisco, em São Paulo. A Zenaide concluiu o Curso de Farmácia, e a Noêmia, ao concluir o curso de seis anos do Ginásio do Estado, prestou concurso, entrando para o Magistério Paulista, tendo lecionado em várias cidades, e finalmente, Jovira formou-se em Contabilidade, tendo sido secretária da Instituição Moura Lacerda até 1931, quando se casou com o Juiz de Direito de Sertãozinho, Dr. Paulo Pinheiro Machado, hoje Desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Estando todos irmãos diplomados e exercendo as suas profissões, Clodomiro casa-se, em primeiras núpcias, com Elza ramos, da ilustre família Ramos da cidade de Brodowski, da qual tem uma filha, Helena, hoje casada com o Dr. José Sabino Neto, atualmente Juiz de Alçada de São Paulo. Tendo Elza falecido no parto, Clodomiro casou-se mais tarde, em segunda núpcias, com Dulce Costa, da antiga família Costa desta cidade. Clodomiro faleceu em 18 de junho de 1976, com 76 anos de idade.

Tendo nosso biografado também cumprido a tarefa a que se propôs de educar os irmãos – pretendia passar e residir no Rio de Janeiro, a convite de muitos amigos que insistiam para que, para lá, se transferisse, entretanto em 1926 casa-se com Josefina continuando, então, naquela localidade.

E, talvez, iluminado por forças superiores, seria ali mesmo, em Ribeirão Preto, que Oscar de Moura Lacerda espalharia os fecundos frutos de sua realização maior. Efetivamente, hoje seu trabalho representa um polo de progresso, de cultura, a irradiar beneficios para toda região.

Possuindo os seguintes títulos universitários: Contador pelo Instituto Comercial de Ribeirão preto, turma de 1924; Cirurgião Dentista pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto, turma 1930; Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro, turma de 1935 e Doutor em Ciências Econômicas (defesa de tese), pela Faculdade de Ciências Econômicas de Ribeirão Preto, Oscar de Moura Lacerda exerceu as seguintes funções no magistério: Ex-lente de Economia e Estatística do Curso Pré-Jurídico, do Ginásio do Estado de Ribeirão Preto, atual Instituto de Educação Estadual Otoniel Mota.

Lecionou as disciplinas de História e Geografia Geral do Brasil, Contabilidade Geral, Contabilidade Comercial e Economia, no Instituto Comercial de Ribeirão Preto. Ex-professor de Contabilidade Pública e Economia Brasileira e Internacional, da Faculdade de Ciências Econômicas de Ribeirão Preto, da Instituição Moura Lacerda. Professor titular de Contabilidade Geral, Comercial e Nacional, da Faculdade de Ciências Econômicas de Ribeirão Preto, da Instituição Universitária Moura Lacerda, desde 1951.

Sua experiência profissional é vastíssima e, o ano de 1923 é um decisivo nesta trajetória: é a data da fundação da Instituição Moura Lacerda. Sim, em 1923 colocou-se o primeiro tijolo desta que, a cada ano que passa, cresce, amplia e se moderniza para melhor servir à comunidade, transformando-se dentro do mesmo alto padrão, acompanhando as épocas, suas evoluções e suas necessidades.

Contando, no primeiro capítulo com a colaboração eficaz de Djalma Porto e Maurício Camargo, e com a ajuda do Prof. Sebastião Fernandes Palma, a hoje Instituição Moura Lacerda foi encontrar seu extraordinário seguimento na habilidade, no espírito de traballho, na inteligência e principalmente, na fé de Oscar de Moura Lacerda, seu Diretor-presidente desde a fundação.

Ali, na Instituião Universitária Moura Lacerda, um mundo de oportunidades, através dos cursos oferecidos encontra-se à disposição da juventude, numa obra de gigantes; seja no 1º grau, no 2º grau e no 3º grau, com as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras e, Faculdade de Ciências Econômicas ou o Instituto Politécnico (Engenharia Civil), que tornam a Instituição Moura Lacerda um patrimônio educacional.

Contando com todos os recursos atuais de ensino, competente quadro de magistério e, em todos os detalhes, denotando o grande zelo pelo bem-estar do aluno, a Instituião Universitária Moura Lacerda é uma imensidão de progresso que, com participação ativa, se integrou as tradições e ao desenvolvimento de Ribeirão Preto.

Bibliografia:
História da imigração no Brasil – As famílias. Editora Cultura Brasileira. São Paulo, 1978.